domingo, 27 de dezembro de 2009

“Não se pode querer construir uma estátua de ouro se a fundação que a suporta for de barro.”

Ao longo da nossa vida, desenhamos vontades, criamos expectativas e idealizamos sonhos. As vontades, expectativas e os sonhos mudam com o decurso do tempo, enquanto sentimos que não estamos realmente preenchidos. Certas pessoas mudam mais, outras voltam atrás nas suas decisões e ainda existem as que pensam que não sabem o que querem. Tudo decorre da natureza e das vivências de cada um e é por isso que somos tão únicos. A este conjunto de coisas eu chamo de fundação, sobre a qual vamos verdadeiramente nascer, crescer e, caso tudo corra bem, morrer.

É importante que a fundação de cada um de nós seja coerente com a nossa vida. Vontades, expectativas e sonhos utópicos levarão à sua não realização e isso nunca é positivo. Teremos uma fundação de barro e a estátua de ouro que queremos tanto construir vai desabar sobre si mesma. Por outro lado, devemos ser minimamente exigentes com nós mesmos para não acabarmos com uma estátua de madeira que eventualmente apodrecerá quando caírem as primeiras “chuvas”.

Esse equilíbrio que julgo ser necessário é de difícil obtenção, mas a recompensa é grande: Uma vida cheia de felicidade e com o sentido de dever cumprido. Para mim, é tudo aquilo a que um Homem deve aspirar no decurso da sua existência. É também importante não desistir de algo que achamos ser parte importante da nossa estátua, porque dessa forma ela não ficará completa. Vontades, expectativas e sonhos difíceis de realizar só tornam a existência de cada um mais entusiasmante.

Em suma, devemos escolher bem aquilo que queremos e, quando a escolha está feita, devemos lutar o máximo que conseguirmos para que ela integre a nossa estátua. Apenas e somente dessa forma conseguiremos verdadeiramente compreender o que é ser feliz.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Consequências

Na história da Humanidade, nada acontece por acaso. Se os dinossauros existiram e se extinguiram foi porque algum facto que os precedeu assim o determinou e se o Homem descobriu e utilizou com sucesso o fogo tal decorreu de um conjunto de condições propícias a tal. Da mesma forma, a civilização romana não seria tão poderosa se não tivesse florescido a civilização grega e provavelmente não teríamos chegado ao Brasil e à Índia se tal não tivesse acontecido.
Tudo isto que disse se pode transpor para o plano mais micro, aquele onde a nossa individualidade sobressai. Assim, eu não seria a pessoa que sou hoje se o meu pai ainda vivesse no norte. Bem, ele provavelmente não teria conhecido a minha mãe e eu nem sequer seria.

Serve isto para dizer que tudo aquilo que fazemos no nosso dia-a-dia (mas tudo mesmo) vai influenciar de alguma maneira o decorrer da nossa vida e a dos outros. Quando pensamos assim, deixamos de ser apenas um humano insignificante comparável a tantos que existem por aí. A nossa individualidade sobressai e, na verdade, cada um de nós faz parte de tudo aquilo que de novo acontece tendo, consequentemente, uma participação activa naquilo que o futuro nos reserva.
Deixemos de achar que não temos impacto em nada. Podemos não ter impacto a nível macro, mas a nível micro temos. Comecemos a pensar que cada acto tem uma consequência, consequência essa que pode ser positiva ou negativa. E preocupemo-nos com isso.


O grande problema é mesmo esse: poucos são aqueles que se preocupam.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Amigos

Nós, os humanos, somos engraçados. Mascarados sob a capa da racionalidade (que se diz faltar aos animais) somos capazes de cometer grandes irracionalidades. Sejam amigos ou inimigos, brancos ou negros, conhecidos ou desconhecidos, o ser humano não se coíbe de fazer aquilo que tem de fazer para sair a ganhar.
Então quando é entre amigos, tudo isto se torna ainda mais visível. Quantas vezes não somos testemunhas in loco de facadas nas costas entre grandes amigos, quantas vezes não assistimos a amizades desaparecerem por motivos totalmente sem sentido?
É também por isto que eu digo que a racionalidade contraria o sentimentalismo. Às vezes, o meu maior desejo era acordar um dia e poder reverter a situação. O que aconteceria se os sentimentos dominassem a racionalidade?

segunda-feira, 2 de março de 2009

DYS - City to City (1983)



It's begun
No turning back
City to city
We're fighting back
Haven't changed the world
But we've made a start
We're digging in and fighting smart
And like a plague,
We'll continue to spread
Fight their values until they're dead
We're serious and we won't go away
We fight for a better world - today
Laugh or frown, it's all the same
Won't play by your rules
'Cause we hate your game.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cro-Mags - World Peace

Música escrita em 1985, hoje ainda faz mais sentido.



All you hippies better start to face reality,
All your far fetched dreams of anarchy,
Better start to see things the way they are,
Cause the way things are going
they won't be goin' far.

World peace can't be done.
It just can't exist.
World peace can't be done.
Anarchy's a mess.

Things are gettin hectic.
It's all gonna end.
You don't know what's waitin' up around the bend.
Open your eyes, perhaps you'll realize.
If AIDS don't get ya then the warheads will.

All you hippies better start to face reality,
All your far fetched dreams of anarchy,
Better start to see things the way they are,
Cause the way things
Are going they won't be goin' far.

World peace can't be done.
It just can't exist.
World peace can't be done.
Anarchy's a mess.

Things are gettin hectic.
It's all gonna end.
You don't know what's waitin' up around the bend.
Open your eyes, perhaps you'll realize.
If AIDS don't get ya then the warheads will.

World peace can't be done!
World peace!
It just can't exist.
World peace!
World peace can't be done.
World peace!
Anarchy's a mess!
World peace can't be done!
World peace!
No it can't.
World peace!
It just won't exist.
World peace! World peace! World peace!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

The change we need

Há umas horas, Barack Hussein Obama tomou posse como o 44º Presidente dos Estados Unidos da América. O mundo todo pôde ver em directo aquilo que é descrito por muitos como um dia histórico para a humanidade. Um homem negro, que nasceu quando nos EUA ainda se acreditava que a raça branca era superior à negra, que cresceu com dificuldades diversas, mas que subiu a pulso na vida e que chegou onde hoje está só pode ser um homem especial. E, na verdade, Barack Obama é um homem especial, dotado de uma oratória que agrada tanto a intelectuais liberais, como a um qualquer habitante de um ghetto. Um homem que foge ao esteriótipo do homem negro americano (ele existe..), mostrando que somos todos iguais, desde que nos sejam dadas oportunidades para tal. Em suma, um homem Moderno com M grande, um exemplo para todos aqueles que hoje em dia lutam para um futuro melhor.
Durante a campanha presidencial, Obama pretendeu acima de tudo distanciar-se do modelo da América de Bush, mostrando o seu desacordo para com as suas políticas. Na realidade, essa era a única maneira de ganhar estas eleições, mas a forma como isso foi feito por ele conseguiu convencer até o americano mais conservador de que Obama acreditava piamente no que dizia.
Mas, se tudo fosse assim tão simples, o mundo não era tão injusto. Se tudo dependesse das ideias de um só homem (quando são boas ideias), seria bem mais fácil conseguir algo bom. A verdade é que isso não acontece, um homem sozinho não chega a lado nenhum e só com grande dificuldade/sorte é que consegue concretizar em acções e feitos aquilo que por palavras prega. E no mundo da política, estas máximas aplicam-se mais do que em qualquer lado. O conjunto de interesses e pressões que estão por detrás da mesma não permitem que um governante faça aquilo para que foi eleito, ou seja, governar. É minha opinião que, na maioria dos casos, os governantes são meros fantoches utilizados por quem realmente tem poder numa nação, sendo que essas pessoas correspondem naturalmente a quem tem mais dinheiro.
Por isso, a minha esperança numa mudança com esta eleição é diminuta. Mas, no entanto, ela existe. Seria fantástico que o 44º Presidente dos Estados Unidos da América conseguisse contagiar o mundo com a sua mente empreendedora e que todas as nações, contagiadas pela sua eloquência e entusiasmo, começassem a remar para o mesmo lado rumo a um mundo melhor. Vou esperar para ver como Barack Obama resiste às real politics.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

2009

Enquanto a maior parte do mundo festejava a entrada no ano de 2009 com os excessos tão próprios da época, uma minoria - felizmente - não tinha nenhumas razões para festejar. Falo dos habitantes da Faixa de Gaza, zona onde uma vez mais inocentes são mortos sem qualquer justificação para tal.
A guerra opõe Israel ao grupo terrorista Hamas, mas o verdadeiro significado desta guerra é algo que nunca conseguirei compreender. Obviamente estou a referir-me à religião, a principal criadora de mortes ao longo da nossa história. Mas, então se a guerra opõe Israel e um grupo terrorista islâmico, porque é que os inocentes são os que mais sofrem? Como qualquer grupo desta índole, o Hamas fez um excelente trabalho em ganhar a confiança e o apoio da população daquela zona. Todos compreendemos que pessoas pobres e com poucas hipóteses de o deixar de ser apoiarão quem lhes der de comer e quem lhes trouxer outros bens necessários. E foi precisamente isso que o Hamas fez naquela zona com o apoio do Irão.
Através dessa confiança, instalaram-se confortavelmente na Faixa de Gaza. Montaram centros operacionais dentro de mesquitas, de casas civis...até dentro de escolas. Quando Israel decidiu atacá-los, não é de estranhar que muitos civis tenham também perdido a vida.

Embora pudesse dar a parecer, eu não sou a favor da ofensiva de Israel. E digo isto porque a guerra foi motivada pela religião, uma forma de controlar as mentes das pessoas através de uma palavra: fé. Basta dizer que Israel é um grande aliado dos Estados Unidos (amigos de Jesus Cristo Lda) e que o Irão é um fiel representante de Alá SAD. Depois disto compreendemos o quão uma guerra pode ser estúpida.